Ontem, em Belo Horizonte, um viaduto que estava sendo construído sobre uma avenida de grande circulação veio a baixo, deixando mortos e feridos. Falta de planejamento,descaso, desrespeito… e muito mais. Que Deus conforte as famílias envolvidas.
A minha motivação para escrever este texto vem de apenas um dos inúmeros temas que uma fatalidade como esta pode despertar nas pessoas: a efemeridade da vida.
A maioria de nós (creio eu) não sai de casa pela manhã pensando que talvez não vai voltar. Muitas vezes saímos de casa com planos para o fim do dia, para o dia seguinte, para o final de semana que se aproxima…
Eu estava trabalhando no meu consultório quando soube da tragédia. Difícil de acreditar…
Semana retrasada, soube que uma senhora que religiosamente ia todos os dias para a academia às 6h da manhã havia tido um infarto durante a noite e falecido. Ela era daquelas pessoas contagiantes, do tipo que cantarolava no chuveiro da academia enquanto tomava banho. Eu havia conversado e me divertido com ela dois dias antes. Um choque!
Estas e outras tristes histórias nos assolam cotidianamente. Você também teria algumas para contar, se eu te pedisse…
Estou escrevendo este texto enquanto pedalo na academia. Espero ter tempo de publicá-lo, mas antes disso ainda terei que cumprir com outros compromissos. Talvez não dê tempo. Isto é uma realidade que nos interpela a todo momento. Quer gostemos ou não. A idéia não é dramatizar. Sou, na verdade, bastante otimista no geral. Mas quero refletir um pouquinho sobre essa brevidade da vida. E, principalmente, pensar sobre o que fazemos com este fato.
Deixamos de fazer tantas coisas importantes por acharmos que “amanhã eu faço”, ou “daqui a pouco eu resolvo isso”, “já já eu cuido daquilo”. Coisas que a gente pensa, sente… mas não fala! Carinhos, elogios, declarações, viagens, passeios, sonhos que não se concretizam por conta do amanhã, do depois… Quando, tudo o que temos, é o AGORA, o momento presente!
Quantas vezes desperdiçamos este valioso momento com picuinhas, mal humor, desrespeito, inutilidades, com atividades sem sentido…
Fatos como estes dois que contei me fazem parar para pensar sobre a vida que tenho levado, sobre o sentido da vida que estou construindo. Um exercício importante, na minha concepção.
Depender de eventos traumáticos como este para realizar estes questionamentos não me soa bem. Acredito que temos que achar instrumentos que nos possibilitem manter isto aceso, vivo em nossa consciência… Você sabe quais recursos pode usar para que isso ocorra?
Gostaria que você pensasse nisso…
Forte abraço,
Ghoeber Morales