Há duas semanas, em uma tarde de Domingo dedicada a fazer coisas que me fizessem sentir bem, acabei achando um momento para refletir. Decidi assistir a um filme que há muito tempo havia reservado, porém nunca tinha me organizado para tal, intitulado Habemus Papam (2011). Tratava-se de uma comédia dramática italiana que me interessou por haver um psicanalista na história. No entanto, ao assisti-lo, percebi que o filme tratava de outra temática…
Para situar: o filme aborda o momento da comunidade católica em que, após a morte de um papa, o conclave se reúne para decidir o novo representante da desta comunidade. No filme, o escolhido para ser o futuro papa, em sua primeira aparição, não consegue vir à público por pensar no peso da responsabilidade de seu novo cargo. A partir daí, começa sua saga de reavaliação de seu momento e de sua história de vida.
O filme tratava, portanto, da temática relacionada à escolhas, responsabilidades, perdas e ganhos, renúncia. Em meio ao seu desespero, o Sr. Melville – o escolhido – literalmente foge em busca de alívio daquela situação tão aversiva a ele e passa a refletir sobre suas escolhas. Assim, descobre que havia esquecido do que realmente gostava, que era do teatro, e se dá conta de que não sabia de sua família, entre outras coisas. De tal modo, começa a recobrar o que o fascinava e decide por mudar o rumo de sua vida.
Daí, eu me peguei pensando: Quantas vezes escolhemos por determinados caminhos e nos esquecemos de pesar as consequências, de pesar a responsabilidade pelas nossas escolhas? Quantas vezes nos esquecemos de pesar os ganhos e as perdas daquela escolha? Também pensei: Quantas vezes decidimos por algo e levamos aquela decisão como a única na vida, imutável? Quantas vezes agimos como se aquela decisão funcionasse como um caminho sem volta e, assim, criamos regras e não nos permitimos voltar atrás ou mudar de direção? E quando decidimos seguir o que queremos, nos desesperamos e acabamos encarando esse desespero como algo que não deveria acontecer, como se fosse errado se sentir ansioso com o novo? Quando sentir-se assim, na verdade, é parte normal do processo…
Dessa forma, este filme foi muito importante para nos lembrar: o quanto podemos refletir sobre uma escolha; que renunciar é totalmente possível; que ficar ansioso neste momento também faz parte; que apesar da opinião do “mundo inteiro” e das variáveis que nos prendem a uma escolha feita no passado, como no filme, a gente pode escolher aquilo que irá nos beneficiar e não ao outro!
Você já parou para refletir, com carinho, sobre as escolhas que você tem feito? Não tenha medo, você pode fazer alterações se preciso for…
Texto escrito pela Terapeuta Comportamental Melissa Rocha, integrante da equipe Ghoeber Morales Terapia & Coaching.