2.190.000. Este é o número de ocorrências que o Google aponta quando se faz uma busca utilizando as palavras “equilíbrio mente e corpo”. Dois milhões, cento e noventa mil. Pelo número apresentado, percebe-se facilmente que é um tema bastante requisitado.
Você já fez essa busca antes?
São inúmeros sites, produtos, vídeos, dicas, estudos científicos, palestras… todos discutindo e, de certa forma, tentando nos ensinar como achar este equilíbrio.
Atualmente, em que as 24 horas que nos são concedidas dia após dia parecem se transformar em 30 (para darmos conta de tudo o que precisa ser feito, e nem assim dá), a palavra “equilíbrio” e, mais ainda, o equilíbrio entre mente e corpo tem, portanto, grande destaque.
Você já sentiu necessidade de achar este equilíbrio?
Vou te propor um exercício. Imagine que você precisa percorrer uma distância de 5 metros em cima de uma corda. E que a sua existência dependa de você ser bem sucedido nesta tarefa! Como você faria?
Independentemente da sua estratégia, esta é uma situação na qual o EQUILÍBRIO é uma habilidade recrutada. Isto significa que você deverá posicionar seus pés de tal forma, com tal força, fazendo o movimento x ou y para que chegue do outro lado sem ter caído.
É natural e até provável que, nesta situação, você se desequilibre e chegue até mesmo a cair, por ter escorregado ao não conseguir dimensionar bem o seu peso ou a força que teria que imprimir num ou noutro pé.
Mas o que isso tem a ver com a sua vida?
Muitos dos que conseguem chegar do outro lado sem cair apresentam momentos em que pendem mais para um lado do que para o outro. Quando estão quase caindo, imprimem uma força maior para o lado contrário e reestabelecem o equilíbrio. Ainda que muito momentaneamente.
A analogia acima ilustra o que acontece na vida: na minha, na sua, na nossa. Com algumas variações e peculiaridades, vamos nos “equilibrando” nesta corda que é a nossa vida. E um tipo de equilíbrio muito procurado por muitos de nós é aquele entre o corpo e a mente.
Mas o que seria então, este equilíbrio? Vou contribuir com o Google e acrescentar aqui mais uma visão possível sobre o tema.
A palavra equilíbrio geralmente nos faz pensar em algo mais igualitário, que não pende mais para um lado do que para o outro. No dicionário, dentre algumas definições, destaco as seguintes: Igualdade; Estado de um corpo que é atraído ou solicitado por forças cuja resultante é nula; Estado de um corpo que se mantém sobre um apoio, sem se inclinar para nenhum dos lados; Estado de integração em que tendências antagônicas ou competitivas se compensam reciprocamente.
O meu intuito é te provocar e te fazer QUESTIONAR estas definições, para que você CONSTRUA uma que seja só sua…
Vamos voltar para a sua vida. Feche os olhos por um momento. Prometo que não vai demorar. Feche os olhos e pense nas principais atividades que você exerce. Desde a hora em que você acorda, até a hora em que você se deita. Vamos pegar uma semana inteira como referência, para que você possa ter uma noção do todo.
A partir de tudo o que você conseguiu pensar, e considerando a dualidade existente entre Mente X Corpo, separe estas atividades entre estas duas categorias.
E então, para que lado pende a balança? Tem trabalhado em excesso, sobrando nada ou quase nada de espaço para atividades mais relaxantes e prazerosas? O tempo com a família, amigos e atividades de lazer estão consumindo muito o seu tempo, atrapalhando o seu engajamento em atividades mais produtivas? Falta alguma atividade física, ou uma massagem, ioga, um grupo de encontro? Sobra responsabilidades? Em que ponto da escala você está?
E é aqui que eu queria chegar: particularmente, eu penso que o “equilíbrio” deva ser visto como algo fluido, e não estático. Penso que o equilíbrio é melhor descrito se pensarmos num continuum, numa régua de 0 a 10, por exemplo. E, ao longo do tempo, o equilíbrio vai se movimentando dentro deste continuum.
A ideia tradicional é a de que quanto mais perto de 5, “mais equilibrado”. Até que ponto? Penso que conseguir se localizar no 3, ou mesmo no 9, não signifique necessariamente um “desequilíbrio”.
Como assim? Bom, eu gosto de pensar o equilíbrio como um cuidado e atenção constantes com aquilo que é prioridade para você! Neste sentido, “equilíbrio” pode significar ESCOLHER, num dado momento e por um certo tempo, abrir mão da “mente” em detrimento do “corpo”, e vice-versa. Isto pode te colocar, certas vezes, em extremos do continuum, como descrito acima.
O importante, no meu ponto de vista, é a CONSCIÊNCIA do que se quer e então a ESCOLHA desta ou daquela opção para um dado momento da vida. Eu posso, por exemplo, escolher focar por 4 meses no meu trabalho, para finalizar um projeto importante e, durante este período, reduzir meu contato com atividades esportivas externas ao ar livre, por exemplo. Posso optar por passar 6 meses fazendo um “mochilão” pela Europa. Assim como posso escolher manter razoavelmente igualitárias atividades que nutrem meu corpo e minha mente. Eu posso escolher o que eu quiser… e você também! Mas escolher exige ter consciência, clareza do que se quer!
Avaliação constante em relação a isso é fundamental, já que as nossas necessidades variam de tempos em tempos. Neste continuum, portanto, a busca pelo equilíbrio acompanha essas necessidades.
O QUANTO DE EQUILÍBRIO VOCÊ QUER EM SUA VIDA?
Para te ajudar a responder e trilhar este caminho, segue um passo a passo:
1) Em que momento de vida (pessoal e profissional) você está?
2) Identifique em que ponto do continuum do equilíbrio corpo X mente você se encontra hoje.
3) Qual seria o equilíbrio ideal para você? Pense no continuum e estipule uma nota.
4) A partir desta nota, identifique o que você já está fazendo para isso. O que está faltando?
5) Do que você vai abrir mão? Para se conseguir uma coisa, é preciso muitas vezes abrir mão de outras.
6) Para quando você quer isso? É preciso estipular uma data limite viável para alcançar o que você quer. Qual é a data? Escreva!
7) Sabendo quando e onde se quer chegar, agora é hora de dar apenas o primeiro passo. Qual é ele? (Estou falando de um passo “pequeno”, “minúsculo”… Mas que te desafie de alguma forma! Não vale ser algo que você já faça cotidianamente).
8) Repita este passo “n” vezes até que você consolide esta ação e se sinta seguro.
9) Avance para o passo seguinte (deve ser mais difícil que o primeiro, porém apenas um grau a mais de dificuldade).
10) Repita a orientação anterior, consolidando cada passo antes de avançar, aumentando o nível de dificuldade gradualmente.
11) Tenha pelo menos um modelo em quem você possa se inspirar. Quem é?
12) Mantenha-se firme no seu caminho. Pedras, obstáculos, entraves, “o capeta” irão surgir. Chame do que quiser, mas eles vão aparecer!
13) Atenção constante para não se boicotar…
14) Continue lembrando para você mesmo onde você quer chegar e o quanto isto é importante para você. Qual é mesmo o seu propósito?
15) Peça ajuda. Amigos, familiares, profissionais capacitados… Você não sabe tudo, e pode receber boas orientações.
16) Avalie, de tempos em tempos, como você está se saindo. Se for preciso, faça ajustes.
17) Se cair, tudo bem! Recupere o fôlego e levante-se! Afinal, para cair basta estar em pé.
18) Responsabilize-se por suas ações. VOCÊ é o principal responsável por sua vida.
19) FAÇA ACONTECER!