Você sabe dizer quanto tempo do seu dia é utilizado com redes sociais? Pense no dia de ontem. Apenas no dia de ontem. E em todas as vezes que, apenas ontem, acessou pelo celular, tablet ou computador alguma de suas redes. Some estes “minutinhos” e provavelmente se assustará quando pensar, por exemplo, em quanto tempo isto representa ao longo de uma semana inteira. Imagine em um mês… Chega!
Visitar redes sociais virou parte da rotina diária de milhões de pessoas, inclusive da minha. E olha que eu “só” tenho Facebook e Instagram. Hum, acabo de lembrar que até tenho uma conta no Periscope também, mas ainda não a utilizei. A do Snapchat deletei, achei bem chato.
Sabemos que as redes sociais não param de crescer. E nós, brasileiros, somos um dos povos mais adeptos destas plataformas. Já me questionei aonde vamos parar com tudo isso e não soube responder. Já transitei entre os extremos: desde a ideia de que em breve as pessoas vão querer retomar com força total ao contato à moda antiga, olho no olho, conversas presenciais… até a possibilidade deste tipo de relação ficar extremamente reduzida – muito mais do que já se vê hoje.
As redes sociais também têm sido fonte de informação. Às vezes informações valiosas. Há muita baboseira, mas se peneirar beeeem, de vez em quando você fica sabendo alguns fatos importantes e interessantes.
O que faz, então, com que fiquemos horas conectados nestas redes?
Dentre muitas respostas, um fator relevante e que me salta aos olhos é o quanto as redes sociais podem proporcionar algo elementar para o ser humano. Algo que todos nós necessitamos, em maior ou menor grau: atenção.
Desde que nascemos, recebemos atenção. O choro é, geralmente, a primeira forma de aprendizagem que temos neste quesito. Afinal, basta chorar e “alguém” aparece para nos acudir.
Ao longo da vida, vamos descobrindo “n” outras formas de conseguir atenção, tanto nos comportando de formas socialmente aceitáveis quanto não. Pois com a atenção é assim: basta que um comportamento seja seguido de atenção para que ele tenha sua probabilidade de ocorrer novamente aumentada. Não é a toa que vemos tantas bizarrices por aí se repetindo.
Com as redes sociais, a possibilidade de receber atenção, no sentido de receber visibilidade, cresceu de forma exponencial. Quantas curtidas você teve em sua última foto? E comentários? Ah, e quantas visualizações aquele postagem alcançou? Quantos “k” seguem você? Oi?
Estamos vivendo num mundo em que muitas decisões tem sido tomadas pelo número de seguidores que a pessoa tem. Vai contratar uma celebridade para ser a estrela do seu comercial e está em dúvida entre três? Precisa de um palestrante carismático para sua empresa? Ou está em busca de um nutricionista bacanudo? Ah, simples de resolver! Olhe quantos “k” eles tem no Instagram! Te garanto que este número vai influenciar sua decisão e o que vejo é que, na maioria das vezes, os que tem mais seguidores ganham. Claro que toda regra tem sua exceção, felizmente. E outros aspectos também são levados em consideração na tomada de decisão. Mas é “k” pra cá, “k” pra lá… Prato cheio para quem trabalha com marketing de influência.
Fato é que as pessoas estão de olho na gente. E nós nelas. Pelas redes sociais hoje conseguimos conhecer um pouco mais sobre as pessoas sem nunca ter trocado um “oi” com elas. Eu mesmo sigo pessoas que considero ser super simpáticas, tenho curiosidade de vê-las ao vivo e dar um abraço. Identifico-me com suas postagens. Elas ganham minha atenção quando comento ou curto suas fotos. Como será que são ao vivo?
Mês passado uma amiga se decepcionou nos pavilhões da SPFW. Deparou-se com um rapaz que seguia no Instagram. O cara tem mais de 300 k, é esportista, excelente profissional, gentil, bonito, gostoso, inteligente e muitos etc. Tudo isso foi a imagem que ela criou dele a partir das postagens. “- Estou chocada”, ela me disse. Ao vivo ele era “outra pessoa”. Agora, pergunta se ela deixou de segui-lo? Não! Pelo contrário, agora quer segui-lo para ver o quanto ele “não é nada demais”. E dá-lhe atenção!
Observo que cada vez mais hoje em dia muitas pessoas querem entender quem está por trás de uma marca, quem é aquela “pessoa” que está por trás daquela imagem que é postada. Querem ter acesso à pessoa “de verdade”, de carne e osso. Querem conhecer seus valores. Para então ver se há ou não uma conexão com ela.
Num mundo em que uma imagem às vezes vale mais do que mil palavras, ficar atento ao que se posta pode ser crucial. Recentemente uma pessoa me procurou no consultório e disse que estava analisando meu Instagram há pelo menos 2 meses, que havia gostado do que viu sobre minha pessoa e sentiu confiança para contratar meus serviços. Mesmo sabendo que o que eu posto influencia em como as pessoas me avaliam, me enxergam e fantasiam sobre mim, fiquei um pouco “assustado” quando ela me contou.
Redes sociais são plataformas com as quais cada um faz um uso específico delas. Fazem o que bem entendem. Não há muitas regras, mas prevalece o bom senso. Bom senso de quem? Pra quem? Atenção!