Há algumas semanas atrás, ao estudar Psicologia, um hábito comum na minha rotina profissional, cheguei a um tema que diz respeito a aumentar a freqüência de determinados comportamentos e recompensas. Este tema me fez refletir muito sobre minha participação no mundo convivendo com as demais pessoas…
Deixe-me explicar: em uma situação em que uma pessoa faz algo e uma outra pessoa a recompensa, aumenta-se a probabilidade da primeira pessoa mencionada repetir esta ação numa situação parecida. Agora explico porque isso me fez repensar minhas atitudes no meu cotidiano… Sempre pego ônibus para trabalhar, quase todas as Sextas-feiras vou ao mesmo restaurante comer comida japonesa e, no prédio do meu consultório, há dois porteiros. Muitas vezes, ao entrar no ônibus, o motorista e trocador estão com aquela “cara fechada”, ao entrar no restaurante o sushi man se comporta da mesma forma e, na portaria do prédio, os porteiros também.
E eu cá com meus botões pensava… “- Ai, que mau humor, ninguém tem educação nesta cidade, cadê a gentileza?”. Mas EU nunca havia parado para refletir sobre a forma como EU entrava no ônibus, ou no restaurante, ou no prédio… e por ai vai.
E, ao ler sobre aumentar a freqüência de determinados comportamentos e recompensas, eu pensei em fazer um teste: cada vez que entrasse no ônibus, loja, restaurante, prédio e etc., a cada sinalzinho de gentileza (olhar para mim, dar um sorriso, balançar a cabeça como forma de cumprimento) que eu percebesse no outro, EU abriria um sorriso e soltaria um “Bom dia!”, “Boa tarde!”, “Boa noite!”, “Como vai?”, “Muito obrigada!”, ou seja, estaria criando formas destes comportamentos de “gentileza” destas pessoas voltar a se repetir, mesmo que fosse só comigo, através da recompensa que EU “criei”: o meu sorriso e meu cumprimento.
O resultado foi: fiquei amiga do motorista e trocador do ônibus, o sushi man sempre abre aquele sorriso quando entro no restaurante e o porteiro faz sempre o melhor dele para me ajudar com meus clientes. Não sei se o comportamento dessas pessoas mudou com as demais pessoas, mas comigo ficou diferente e foi ótimo.
E você? Já parou para refletir o quanto suas atitudes, postura, gestos e expressões determinam como os outros se comportam com você? Será que você oferece a recompensa necessária e no momento certo ao outro, àquele comportamento que você acha legal, para que seja recompensado também? Por que é o outro que deve dar o primeiro passo? Você já tentou fazer a sua parte?
Texto escrito por Melissa Rocha, Especialista em Terapia Comportamental, integrante da equipe Ghoeber Morales Terapia & Coaching.